Holanda – Ep. 2 – Transporte

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Cena mais comum na Holanda: bikes ‘estacionadas’ nas pontes dos canais.

Falar sobre os Países Baixos sem falar de bicicleta é impossível! Você sabia que na Holanda tem mais bike que pessoas? Isso mesmo, são 17 milhões de habitantes no país e aproximadamente 23 milhões de bicicletas. Diferente de muitos países onde pedalar é apenas sinônimo de hobby ou esporte, a Holanda é conhecida por adotar o ciclismo como principal meio de transporte: 84% da população usa a bicicleta para se locomover diariamente.

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É muito legal notar a enorme infra estrutura para que esse estilo de vida seja mantido. O país investe em ciclovias (mais de 29.00 km), em educação de trânsito e em leis protetivas (atropelar um ciclista é algo seríssimo!). Inclusive li que o fato de haver tantas bicicletas em circulação se deu a muitos protestos nos anos 70, quando houve uma popularização dos carros e com isso muitos atropelamentos acabaram acontecendo (cerca de 400 crianças foram mortas em acidentes envolvendo carros).

Outro fator importante a ser considerado é: o país é plano! Ou seja, nada de muitas subidas e descidas para dificultar sua pedalada (só o vento e a chuva mesmo, haha).

Segurança e praticidade para os ciclistas: você pode deixar sua bike ‘estacionada’ assim como na foto por dias; as escadas possuem canaletas para facilitar o acesso e as ciclofaixas percorrem a cidade tooda! Por falar em segurança, mesmo a Holanda sendo um país super seguro, o furto de bicicletas é algo comum, então sempre se certifique que você trancou sua bike apropriadamente e de preferência prenda-a em algum lugar! (Preste atenção se não está estacionando em local proibido pois as bicicletas também podem ser multadas!)

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Circulação das bikes no Holanda.

É muito interessante observar famílias inteiras saindo de casa de bicicleta independente do clima ou distância (eu achava incrível ver bebezinhos nas cadeirinhas e crianças bem pequenas já pedalando suas próprias bicicletinhas). Também existe um tipo de bike especial para levar crianças, se chama ‘bakfiets’, ela é elétrica e tem uma especíe de carrinho na frente que pode até ter uma cobertura para proteger da chuva.

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As famosas Bakfiets – imagem Google

Além das bicicletas, um fator que diminui a circulação de carros é o uso do transporte público. A Holanda usa muito bem o sistema ferroviário, é possível chegar em praticamente todas as cidades do país de trem. É possível inclusive levar sua bicicleta no trem (mas você precisa pagar uma taxinha extra no ticket). Nas cidades grandes como Amsterdam e Roterdam, os metrôs são muito utilizados e o serviço é excepcional: limpíssimo, organizado e pontual. Existem também os ‘trans’ (espécie de bondes), eles transitam sobre o pavimento e é uma opção ótima para explorar a cidade sem se cansar. Já nas cidades menores, os ônibus substituem a função dos metrôs e trans com excelência.

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Tram em Amsterdam

Resumindo, pedalar é essencial para quem pensa em morar na Holanda. Você vai perceber que ir para seus compromissos de bike é muito mais prático e até mais rápido que de carro. Isso porque nem todas as áreas das cidades são adequadas para o trânsito de automóveis. Ah, e também tem a questão de estacionamento já que não é permitido parar em qualquer lugar. Geralmente as vagas das calçadas são exclusivas para os moradores daquele bairro (que pagam por aquele espaço, já que é super raro terem garagem por questão de espaço), então a única solução são os estacionamentos pagos (bem caros, por sinal). Ou seja, não é NECESSÁRIO ter carro para sobreviver. É perfeitamente possível viver somente com o combo bike + transporte público!

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Sim, bicicletas por todos os lados!

E ai, você conseguiria ou gostaria de viver em um país assim?

 

 

Holanda – Ep 1

Confesso que nem sei como começar um post depois de tanto tempo longe do blog. Mas cá estou, tirando a poeira desse meu cantinho que eu amava tanto.

O assunto de hoje é o início de uma série sobre a minha experiência morando na Holanda. Pretendo compartilhar sobre a cultura, lugares, dicas, gastronomia e tentar mostrar um pouquinho o porquê que eu sou apaixonadíssima pela terra dos moinhos.

O início:
Em 2018 eu estava praticamente com as malas prontas pra voltar pros EUA (tinha morado lá entre 2014 e 2016) quando meu visto foi negado! Fiquei muito chateada, mas uma amiga que conheci em Boston, estava morando na Holanda fazendo intercâmbio de Au Pair e super me animou a embarcar nessa. (Obrigada Gabi, te amo haha)
Cerca de 6 meses depois, estava euzinha em Amsterdam pronta pra viver a melhor experiência da minha vida. Graças à família incrível e ao trabalho de ‘boíssima’, tive a chance de explorar cada cantinho da cidade e também fazer várias viagens de curta-distância nos finais de semana. Vou dando mais detalhes no decorrer das postagens.

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Minha primeira foto em Amsterdam – Jan 2019

Por que a Holanda?
Porque Deus quis hahaha. É bizarro ver como as coisas aconteceram tão espontaneamente e eu acabei parando em um país o qual eu nunca tinha pesquisado sobre. Acredito que foi perfeito desta forma, porque cheguei na Holanda sem expectativas e fui me encantando diariamente.

A primeira dificuldade: o CLIMA!
Cheguei em Amsterdam na primeira semana de janeiro, ou seja, inverno! A inocente aqui pensou que seria fichinha, afinal eu passei dois invernos enquanto morava em Boston, onde as temperaturas chegavam fácil a 20ºC NEGATIVOS! Mas me surpreendi.
O inverno na Holanda é diferente; as temperaturas não são tão baixas (o máximo foi -2ºC) mas é MOLHADO e com muito muito muito (eu já disse ‘muito’? rs) VENTO! Chove bastante, praticamente todos os dias, então os dias são mais cinzentos. Outra diferença entre os EUA, pois lá era um frio congelante mas com um céu super azul.
Ok, eu deixei o clima me impedir de explorar meu novo lar? De jeito nenhum! Fizesse sol ou chuva (ou neve), eu tava com a minha bicicletinha pedalando pra todo lado!

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Bicicleta + frio? Nada que várias camadas de roupas não ajudem.

Por falar em bicicleta…eu estava achando estranhíssimo todo mundo estar pedalando pra todo lado naquele frio? Com certeza haha! Mas foi aí que eu aprendí uma coisa com os holandeses: o clima não interfere na vida deles! Eles não estão nem aí se tá chovendo, ventando, frio ou calor. Pegam sua bike e vão pro trabalho, pra escola, pra balada, DO MESMO JEITO!
No Brasil, se cai uma gota do céu a gente já quer desmarcar compromisso né? haha. Na Holanda não tem mimimi de cancelar nada culpando a previsão meteriológica. Se você deixar de fazer algo porque o clima não está bom, você vai passar boa parte do ano dentro de casa.

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Assim nascia meu amor por Amsterdam!

Bom, acho que por enquanto tá bom né? Só pra dar uma ressucitada por aqui.
No próximo post quero falar um pouco sobre transporte (já que comentei sobre as bicicletas) e outros costumes.

Me deixem saber se estão gostando!
Beijos

 

 

Destino: Chile

O motivo de eu ter sumido por uns dias foi uma deliciosa viagem ao Chile. Quando cheguei pedi sugestão de post no Facebook e me pediram para contar um pouquinho da viagem por aqui. Então vamos lá!SONY DSC

Pontos turísticos:

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Cerro Santa Lucia – Santiago

Fui com a minha família e nós alugamos um apartamento super fofo bem no centro, pertinho de tudo e em frente ao Cerro Santa Lucia. Este cerro (traduzindo é o mesmo que serra, monte) é uma espécie de Central Park sem ser plano. Tem muito verde, umas ruínas tipo castelos, fontes…o pessoal faz piqueniques, fica deitado na grama, leva crianças, etc. Há muitas escadas para que você possa conhecer todo o lugar. No ponto mais alto tem um mirante para se observar a cidade. É uma delícia. Para os preguiçosos há um elevador de vidro que leva as pessoas da calçada ao topo do cerro. Nos dias sem muitas atividades meu irmão e eu ficávamos lá passeando, lendo livro e meditando! rs

Mirante no Cerro Santa Lucia

Outro lugar parecido com este é o Cerro San Cristóbal. É o ponto mais alto de Santiago, tão alto que não há escadas e sim um “bondinho” (chamado Funicular) para que as pessoas possam subir. É o cartão postal da cidade, quem for para Santiago tem que conhecer. A vista é espetacular. Uma coisa maravilhosa é que no meio no morro, enquanto o funicular sobe, você pode fazer uma parada no Zoológico de lá. Eu nunca fui em muitos zoológicos, então eu adorei ver animais que não conhecia, como pinguins, girafas, ursos polares, lhamas, suricatos, etc.

Cerro San Cristóbal

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Cerro San Cristóbal

Em dias alternados há um acontecimento em uma praça de Santiago que fica lotada de turistas. É a chamada Troca de Guardas em frente ao Palácio de La Moneda. É muito lindo ver os oficiais fardados marchando, tem a banda, cavalos, etc.

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Troca de Armas – Palácio de La Moneda

Outro passeio que não pode faltar no seu roteiro é o de conhecer as cidades de Viña del Mar e Valparaíso. São duas cidades costeiras banhadas pelo Oceano Pacífico há 120 km de Santiago. Fechamos o passeio com uma agência de viagem que fica no Mercado Central, a Ticket Tour, uma brasileira muito simpática nos atendeu e gostamos tanto da empresa que também fechamos um passeio para a Cordilheira. A vantagem de ir através de agência é que a van te pega no hotel e ainda explica todos os lugares que você vai conhecendo. Sai um pouquinho mais caro do que ir por conta, mas você fica despreocupado em se perder ou não dar tempo de ver tudo.

SemZica_chile_001Voltando a falar das cidades, Valparaíso é uma cidade mais antiga em que as casas foram todas construídas uma pertinho das outras morro acima. Lembra os morros do Rio de Janeiro, mas ao invés de favelas são casas mesmo, bem coloridas. É mais fácil conhecer a cidade a pé pois há ruelas muito estreitas onde os carros não passam. Prepare-se para subir íngremes escadas. 

SemZica_chile_002Já Vinã del Mar é uma gracinha de cidade, é plana, bem arborizada e florida. Um dos pontos turístico do lugar é o relógio de flores. O clima é muito agradável, mais fresco que Santiago devido à maritimidade. Por falar em mar as praias do Chile são bem diferentes das do Brasil, a areia é mais grossa e a água é muito gelada. Mesmo estando no verão a temperatura da água era de 10º C. Almoçamos em um lindo castelo com vista para o mar. Também conhecemos superficialmente uma vinícola, a VeraMonte.

SemZica_chile_003Cordilheira dos Andes dispensa comentários. Que experiência incrível conhecer um lugar como aquele. Mesmo estando sem neve (meu sonho) é bem frio por causa da altitude, o lugar onde estávamos era a mais de 3.000 m mas havia picos mais altos, alguns ainda passando pelo processo de degelo. Ficamos no Vale Nevado e subimos umas montanhas, exploramos a área e avistamos muitos condores. A paisagem é linda, o ventinho gelado é delicioso e a sensação de liberdade é indescritível.

Em Santiago fizemos um Walking Tour, que é um passeio a pé conduzido por um guia que vai explicando a história dos bairros e do país. E também andamos muuuito por conta, o metrô é super fácil de usar, bem sinalizado, então conhecemos muitos lugares interessantes cidade a fora.

Comidas e Bebidas típicas:SemZica_chile_007Devido à sua posição geográfica a culinária do Chile é predominantemente composta por pescados, peixes e frutos do mar. Eu adoro, só não comi mais porque não era lá uma refeição muito barata.
Um restaurante que adoramos conhecer se chama Giratório, ele fica localizado no último andar de um edifício e faz lentamente um giro de 360º, permitindo que você jante admirando o pôr do sol e a visão noturna da cidade. É maravilhoso!SemZica_chile_009Uma coisa obrigatória de ser provada é a centolla do Mercado Central, é um caranguejo gigante do Pacífico. Embora seja meio assustador é bem gostoso. Outro item gastronômico muito apreciado no Chile é a palta, uma pasta de abacate, tipo um guacamole. Eles colocam palta em tudo: lanches, massas, cachorro-quente, etc. Eu adorei, comi várias vezes hehe. SemZica_chile_008Agora as bebidas. Tô passando a imagem de ‘pinguaiada’ com essas fotos hein! haha A bebida mais importante do Chile são os vinhos, claro. Diferente do Brasil que possui poucas categorias de vinho (me corrijam se eu estiver errada) lá existem vários tipos (Merlot, Cabernet Sauvign, Malbec, Carménère, etc) e cada um é indicado para cada ocasião ou de acordo com o prato que acompanha. Outra bebida que provei se chama Terremoto, um drink chileno tradicional, feito com vinho branco, fernet e sorvete de abacaxi. É docinho mas não se engane, ele sobe rápido que é uma beleza! rs Já o pisco sour é definitivamente uma das bebidas mais famosas e tradicionais do Chile. A bebida é feita com pisco (aguardente de uva, a cachaça deles), suco de limão, clara de ovo, açúcar e gelo. É uma delícia! SemZica_chile_010Outra bebida típica do Chile (mas não alcoólica) se chama Mote con Huesillos, é feita de pêssego desidratado, trigo e caramelo. Há milhares de carrinhos que vendem esta bebida espalhados pela cidade. Não gostei muito não, é doce demais, só aproveitei o pêssego mesmo!  Meu irmão e eu também provamos as cervejas chilenas, mas não tenho uma opinião formada, sinceramente são sei qual é a diferença delas e das brasileiras! rs

A cidade, as pessoas e os preços: uma coisa que adorei no Chile foram as pessoas, todas eram muito simpáticas e prestativas. O trânsito é incrivelmente organizado, não se ouve buzinaço e os motoristas até te esperam atravessar a rua (mas não abusa né). A cidade é bem limpa e muito arborizada, tudo é muito bem sinalizado também. É difícil se perder. Agora um ponto negativo da viagem: os preços. Antes de viajar me disseram que as coisas no Chile eram baratas, principalmente roupas, mas não vi nada disso não. Quando você encontrava alguma coisa do preço do Brasil era um alívio porque a maioria era mais caro. Comida, supermercado, roupas e até maquiagens, tudo era mais caro que aqui. Mas foi só se controlar que deu tudo certo.SemZica_chile_011

Curiosidades chilenas: praticamente não chove lá, o único mês que chove é junho antes de nevar. Devido a isso o ar é bem seco e a água do país é proveniente do degelo das Cordilheiras.
A água não é tão gostosa como no Brasil, pois contém muitos sais minerais, é meio ‘pesada’.
A moeda do Chile chama-se Peso e cada real equivale a 200 pesos, ou seja, se vê muitos preços altos como 20.000 pesos, 1 mil pesos, mas que convertidos são respectivamente 100 e 5 reais.
Não é permitido beber nas ruas, você não pode comprar um cerveja e tomar caminhando pela cidade, por exemplo. Se os policiais te pegarem (lá eles são chamados de carabineiros) você pode ser punido com multa ou até ser preso. Os únicos dias que é permitido beber na rua são no reveillon e no feriado de independência. Interessante né?

Bom é isso aí. Deu um super trabalho fazer esse post haha. Espero que tenham gostado!
E conheçam o Chile se tiverem oportunidade, vocês vão adorar!